quinta-feira, 10 de março de 2016

Onde? Aqui. Todo lugar.


Mumbai, 10 de março de 2016.

Visitei a Índia no ano passado e volto 14 meses depois.
As imagens que criei estavam carregadas da primeira experiência, da leitura, filmes, temperos, uma fantasia alimentada do que encontraria.

Nada é igual, nem perto.
Tudo se transforma assim como nós.
Traduzido no que encontro do lado de fora.
A comida está mais difícil. O ardido me toma a garganta, não me deixa engolir, o sol, o calor parecem me tirar da órbita comum, da temperatura conhecida e confortável.

Estar aqui é profundo. Ouvir a buzina, pisar na terra, ser observada, conversar com o corpo, tudo é mais e mais dentro.
Porque atinge um solo desconhecido. No entanto, arado, preparando-se para nova colheita sem saber exatamente qual e como se dará o fruto. Mas certo de que está fértil.

Tempo e silêncio.
Sentidos em plena ação.
Vivos, movendo-se.
Como os carros que seguem um sistema aparentemente ilógico, mas sabem exatamente onde querem chegar e chegam.
Só precisam confiar no caminho.
E confiam.

Atravessar a rua é um projeto audacioso na cidade indiana.
Pensei que nunca chegaria do outro lado, mas algo surpreendente acontece. Alguém te ajuda achando seu jeito engraçadinho, o carro sabe de longe sua presença e a velocidade já está calculada, mesmo que você só perceba isso com uma roda de tuk tuk a dez centímetros do seu pé.

Vou fechar os olhos agora para dormir até que os aromas da manhã entrem pela janela me contando a nova do dia.

Um passo, depois outro passo.
Eu reconhecendo a ti.
Vamos juntos.






4 comentários:

  1. conta mais um conto? que delícia, Lau! um passo de cada vez e vc percorre a India todinha. sem pressa e reparando em cada pedra ou flor do caminho :)

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    1. Dora, amor, não tinha visto seu comentário. Sim, aqui, seguindo, pedra e flor. beijo enorme minha querida.

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