sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Pastiche

O pastiche é a expressão do pós moderno. Fiz aula de Filosofia da Arte agorinha mesmo, mas posso me confundir, desentender conceitos. 
Se o outro disse e eu ouvi. Se durante tantos anos repeti. Se cantei, dancei e vivi, já sei que curti. Rima graciosa pra fazer o texto dar cambalhota e produzir mais sonoridade do que significância.
Lá no século passado, o coração apaixonado do Herbert Vianna. Puro amor, poesia, era coisa de jovem, sem muito requinte, mas quentinho. Ele tinha lá a versão da namoradinha dele, delicadamente romantizada. Sim, eu podia apelar para o Chico, mas fiquei Herbert. Simplifiquei.

Bora? Bora!

Eu quis dizer - Você não quis escutar
Isso tem acontecido muito desde que eu resolvi falar. “Eco, (minha musa atual) não há saída, né minha linda... “ só entrada.

Agora não peça, Não me faça promessas
Verdade seja dita, você não faz promessa nenhuma. Já fez e não cumpriu. Usa promessas como forma de retórica. Passou e eu ainda me apego nessa.

Eu não quero te ver - Nem quero acreditar - Que vai ser diferente -Que tudo mudou
Repetição, só repetição... é a imaginação querendo fazer a cena da realidade. Claro que aqui eu não posso deixar de usar a palavra de ordem: ‘agora inverte!’

Você diz não saber O que houve de errado e O meu erro foi crer Que estar ao seu lado bastaria
O que basta, acaba.

Ah meu Deus Era tudo o que eu queria
Verdade seja dita: era tudo que eu queria.

Eu dizia o seu nome Não me abandone jamais
Já somos órfãos-abandonados... melhor o exagero do Cazuza, do que essa possessividade eterna.  Me abandona, passa por cima, mas depois volta com a velha calça desbotada.

Mesmo querendo, Eu não vou me enganar
O problema é todo esse, não querer se enganar. Mas o inconsciente é poderoso e prova, seja pela denegação, seja pelo jogo de sentido da frase, não quero me enganar e delego a você a função: me engana que eu gosto.

Eu conheço seus passos, Eu vejo seus erros
Por que esperamos que vai ser diferente com a gente, né? 

Não há nada de novo Ainda somos iguais
Sim, a intimidade, ainda somos nós. Nossa, acho que eu devia citar outra figura da mpb brazuca, mas me escapou... a idade, o esquecimento... memória, história, o não apagamento do sofrimento. Tudo muda o tempo todo no mundo, mas o mundo só gira e tudo fica sempre igual. Mpb na ponta da língua de novo, mas longe das orelhas.

Então não me chame Não olhe pra trás
Sim, segue. Sigamos Weavers... o trocadilho infame que cabe nesse fim de tarde com a rádio cultura am.

Claro que tem refrão, né... 

Putz, enquanto eu escrevo isso, no meu ouvido a voz do locutor da alfa fm fica fazendo tradução simultânea da eterna Carly Simon e suas baladas românticas.. hahahha...lembra? 
Tudo isso é pra rir, ou pra chorar...

I love you...
Eu te amo, baby.. (imposta a voz e fala sussurrando)

ha ha ha

Simone de Paula - 10/8/18

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