sexta-feira, 22 de março de 2019

Falta de quê?

A voz soa clara por trás da porta da sala: "não é falta de saudade, é falta de tempo, meu bem..."
A maquininha de pensar foi ativada com a interrogação que não me deixava parar de processar aquelas palavras. Primeiro com a dúvida: 'Será?'. Depois com a reorganização da frase, em busca de sentidos múltiplos que pudessem me revelar mais do que o que estava dito ali.
Aquela voz não faz resumir, mas multiplicar, proliferar, exagerar. E assim incessante pelo poder da linguagem. O estímulo vem do pensar ou do falar? O que eu queria mesmo era saber, é namoro ou amizade? Com quem fala a voz, com o amante ou a amada?

Simone de Paula - 22/03/2018

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