A primavera está chegando. Esse inverno não foi frio, mas foi longo.
O som do trovão ouvido do quarto escuro nem trouxe consigo a luz intensa do raio, mas fez retumbar um pouco meu coração. Pensei, sai tristeza, sai e dê lugar ao mato verde que forra o chão.
Sempre tem vida guardada, especialmente se conservada com lágrimas. Essa chuva particular que garante que o que esta vivo nunca morra.
Hoje se combate o choro, como se ele fosse matar o sofredor. Imagine, ele é a maior expressão de vida, desde o nascimento do bebezinho até o pranto do amante amado enlutado pelo que se foi.
Chove na minha cidade e na sua, não porque moramos perto, mas porque compartilhamos um fim de inverno. Lá fora, as angústias e decepções parecem fazer a gente achar que o mundo vai de mal a pior, mas ele sempre foi o mesmo. A gente que no último verão pensou que o sol fosse brilhar para sempre porque o idolatramos.
Somos humanos vivendo nesse pedaço de terra, nesse momento do mundo, dando nomes e sentidos às coisas externas para tentar dar conta do íntima que segue persistente pelos ciclos constantes da vida. Tudo é só isso. Enquanto estiver aí, viva!
Simone de Paula - 14/9/18
Obs.: o titulo faz referência à música do Tim Maia, claro. Amo a primavera, estação em que nasci.
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