Um poço de lodo transbordando toda sorte de reminiscências de
uma vida mal vivida.
O desejo do fim grita, mas o destino insiste em não atender
o suplício de uma alma desesperada.
Por que tanto capricho se o fim chegará de qualquer forma?
Se entregou ao bel-prazer dos desprazeres da realidade,
insistindo em fazê-los diversões.
Fracassa, mas não pode assumir esse erro.
Tenta controlar a verdade que reina esplêndida diante dos
seus olhos, eliminando tudo aquilo que poderia provocar um despertar.
Não reconhece em si a potência da criação, convertendo-a em
destruição.
Refuta o bom, belo, justo e amoroso que suporta os desvios, o
sombrio de sua mente.
Recusa a mão, o braço e o abraço do corpo magnético que se
oferece para fazer girar essa roleta e deixar a sorte mostrar outro espaço a
ocupar.
O colo perdido, nunca substituído, se transformou num barril
de pólvora pronto para explodir. E antes
que seja lançado para o espaço, manda tudo pelos ares, conquistando a única
vida que lhe pertence, aquela excluída do centro do mundo.
Simone de Paula – 13/07/2018
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