Saímos de São Paulo com um dia nublado. A previsão do tempo: só chuva em todo litoral.Mas nosso destino era um retiro de yoga e o clima não iria interferir muito.
Chegamos em Ubatuba ainda de dia, pois escolhemos ir cedo e
ainda almoçar no caminho. Foi uma delícia. Eu e a Cris ,muita conversa sobre a
gente e todo mundo que a gente conhece.
Fomos direto para a pousada e dali para nosso quarto. Descansamos um
pouco sob o som da chuva incessante e o ar fresco, num lugar rodeado de mata. Era quase inverno, estava frio.
O primeiro encontro com o grupo aconteceu ao anoitecer. Alguns
ainda não tinham chegado, mas a maioria já estava reunida, com seus cobertores
e ansiedade, para um mergulho profundo, de corpo e alma. Nos apresentamos,
ouvimos e cantamos mantras, respiramos e já nos sentíamos mais leves antes do
jantar.
Tudo ali estava silencioso. Éramos em poucos e só nós. O único
barulho era a chuva que caía e parava. Nossa conversa podia ser num tom baixo,
num ritmo mais lento. Todos falavam, todos ouviam.
O jantar foi delicioso. A comida vegana saborosa, leve e
colorida. Os chás quentinhos.. Boa noite e fomos dormir.
No dia seguinte, acordamos cedo e seguimos para a primeira
prática do dia. Uma coisa que adoro é fazer yoga em jejum, bem de manhãzinha. Fizemos
muitos exercícios, sem pressa, com permanência e variação, o tempo dali era
todo nosso. Depois de três horas, relaxados, seguimos para o café-da-manhã.
Comemos, conversamos, rimos e olhamos a chuva, incessante. Tínhamos algum tempo
livre até nos reencontrarmos para a palestra sobre um dos chakras Assim, foi, sem expectativas e ben surpresas. O almoço encantou pelas cores, aromas e
sabores. Logo depois, resolvemos fazer uma breve caminhada, aproveitando a chuva que tinha parado. Em menos de meia hora, o céu fechou, mais uma pancada, era hora de ler, dormir, descansar
. No final da tarde, mais uma prática. Longa, lenta, revigorante. Num sábado chuvoso na praia, veio a surpresa, a energia acabou. A prática seguiu no escuro, com luz de velas. Éramos guiados pela voz suave do
instrutor e pelos nossos sentidos. O corpo ali tomou uma proporção agigantada,
era só ele e o espaço. As sensações foram tão intensas que não há muito como
descrever. Eu não estava de olhos fechados, mas minha visão não conseguia amparar
meu desequilíbrio. Terminamos a prática e entramos em um dos relaxamentos mais
profundos que fiz na vida. Estávamos todos tão introspectivos e colados em nós
mesmos que no final ninguém se moveu por quase meia hora.
Jantamos, conversamos e rimos, era um grupo conectado, carismático, simpático.
Após uma noite de sono profundo, uma nova manhã de prática, desjejum e naquele domingo a gente conseguiu chegar até a praia, pois a chuva
tinha parado. Caminhamos, molhamos os pés, conversamos. Eu e a Cris estivemos
bem juntas naquele final de semana, ela fica mais inteira, mais relaxada. Talvez
ela não perceba o quanto esses retiros deixam ela mais tranquila, mas eu, que a
conheço desde que nasci, percebo.
Voltamos da praia,
tomamos banho e colocamos as malas no carro. Seguimos para o almoço e um
fechamento do retiro, com conversas, mantras, presentes. Voltamos para São
Paulo debaixo de chuva, mas tranquilas.
Somos em três, eu, Cris e Dani, mas a Dani raramente vem. Quem sabe no
Somos em três, eu, Cris e Dani, mas a Dani raramente vem. Quem sabe no
ano que vem faremos uma viagem juntas, irmãs e mamãe,
precisamos disso na vida adulta.
Simone de Paula - 09/02/2017
Conto-relato de um retiro de yoga em Itamambuca, que aconteceu no primeiro final de semana de junho de 2016, com o professor Rudra, na Pousada Samudra
Aaameeeiiiiiii
ResponderExcluirVou até me observar mais!!!