sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Conto da Lua nº 8

Não chama pra briga, que eu já estou pronta para a batalha.

Resiliência, sempre. Mas nada mais essencial do que a desforra. Melhor, a espera pela vingança.

Quero ser vista, disfarçada de outra, mas agindo como eu mesma.

Não esqueço, porque tudo comigo é intenso, me pertence.

Já nasci perdida, o que é mais uma perda nessa vida?

Estou aí, viva, com a morte certa esperando numa esquina.

Como diz a doutora, a morte é um dia para ser vivido.

Me comprometo, cumpro.

Lealdade, fidelidade, pra quê? Você vai falhar comigo, e se eu sinto isso, me antecipo, rompo primeiro a corda.

Faço tudo que for possível, até o fim. 

Não vou me esquecer da grana. Quero muito, quero mais. O que é meu, é meu, não abro mão do que tenho. Mas nem tudo que tenho é tudo que quero. Sempre tem lugar para mais um, dois, três ou quatro. Isso na grana, isso no sexo, isso no trauma, isso no nexo.

Amo profundamente. Choro desesperadamente. Me refaço constantemente.

E eu poderia ficar aqui para sempre escrevendo frases poderosas e magnéticas sobre a maravilhosa Lua em Escorpião. Sim, madrasta também, porque não alimenta os filhos, os manda pescar. Porém, os empossados com essa condição, sabem como viver até o limite.

E, para representar essa potência, uma série interessante, anos 80, da Netflix - GLOW!

Simone de Paula - 08/09/23





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