sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Conto da Lua nº 12

Entre o encantamento e o sofrimento, ela segue no balanço das águas.

Acredita, porque sente que é assim. Se é místico, racional ou paranormal, pouco importa.

Não sabe funcionar pela lógica padrão, escapa das amarras das provas concretas, se apega às promessas mais inspiradoras e malucas.

Se te conta uma história, como um pescador, aumenta na medida do que gostaria que tivesse sido. Quer parceiros de viagem que naveguem olhando para as estrelas e vibrando para encontrar um novo mundo.

Se vai dar certo, talvez não. Ou vai ser menos prazeroso do que ela imagina, mas o que seria da vida se não se pudesse correr riscos?

Emotiva, sonhadora, criativa, encantadora. 

Seduz mesmo sem querer, mas de boba não tem nada. 

Chantagem sempre com cara de tristeza e sofrimento, desamparo e abandono. Carrega a orfandade dentro de si. Com isso, se apega a quem olha, quem dá atenção.

Num dia qualquer, encontra o amor. Dias depois, a desilusão. Mas nada disso a impede de dar mais uma volta na roda-gigante da vida, amando de novo e sofrendo mais um tantão.

Essa é a Lua em Peixes, que vê pêlo em ovo, brilho no olho, desejo no tom de voz. Tudo que tem aura, tem o olhar atento dos portadores dessa Lua arricada.

E  para ilustrar essa condição, a fofura de Amélie Poulin.


Simone de Paula - 20/09/23



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