sexta-feira, 23 de abril de 2021

Extremos

O branco bem branco, da neve do pólo, é esse que eu quero.

Ou o preto fechado, a tal asa da graúna, é isso que eu espero.

Anseio o extremo, decidido, desenfreado, sem espaço para titubear.

O branco bem branco, sem nuances, sem olhar que duvide que aquilo  É o branco.

Na escuridão total, do fundo do buraco do centro da terra, nem me venha com micro brilhos da lava incandescente, É breu.

Promessa feita, último passo antes do abismo, fim da linha, fim da terra, é lá que vou estar.

Mergulho direto nas profundezas do oceano, em que os peixes são transparentes, cegos, não precisam de sentidos, só totalidade absoluta. Me ache fusionada com o nada.

Instante único, do além do último limite, mor(r)o lá.


Simone de Paula - 23/04/2021


foto: Michael Schlegel



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