sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Tecladitas

Já pensei tanto hoje que não tenho mais palavras para usar.

Comecei cedo, tentando interpretar o sonho cheio de idas e vindas que me acompanhou a noite toda. Eu dormia, mas a minha mente se divertia. Fantasias, correria, tudo compunha aquela narrativa.

Acordei e li, acompanhada do café e da luz do dia. Chegava a prometer sol aquele céu despertando comigo. O texto era um poema, melhor, um canto antigo, que me induziu a pensar nele em voz alta, como os antigos cantavam mitos e histórias, para fazer sonhar quem ouvia.

Continuei na rotina. O corpo fazia tudo no automático e a mente discutia, debatia, argumentava e teorizava sobre os assuntos do mundo. Quanta estafa!

Andei, comprei, trabalhei e cozinhei. Comi, escrevi, cochilei.

O dia chegou no meio da tarde e era hora de contar tudo isso. Mas na minha mente, já tão desgastada, palavra não tinha. Olhei a chuva cinza que insiste em melodiar meu quarto, acompanhada dos passarinhos que piam sem parar. E, para não deixá-los sozinhos, ouvi o som do teclado a digitar letras no ritmo dos pingos d'água, e eis que isso aqui surgiu.

Simone de Paula - 15/01/2021

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