Já se passaram alguns anos de abandono do dom. Senti cansaço e excesso. O dom não me parecia mais profético, tinha se tornado mecânico.
Foram muitas páginas de palavras plenas e mágicas tomadas como lemas a seguir. Nem sempre resultaram em vida além da mesmice dos índices e títulos que refletissem a totalidade absoluta de ser o topo da lista.
Releio, relembro, ainda desânimo em pensar que o destino está aí, permanente, imutável, cíclico, sem satisfações a dar nem para o Homem e muito menos para Deus.
Desisti de negar para aquela que mais almeja a verdade do querer e persegue o oráculo com a persistência de quem treina para obter um resultado objetivo. Aqui, as palavras são em vâo, sem sentido e nem intenção. Só visando mesmo o disfarce do controle da ação.
Simone de Paula - 04/12/2020
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