sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Retratos Selvagens

A carne sangrando, recém fatiada, no churrasco acalorado da varanda animada.

O grito histérico, na beira da cama, olhando aflita a barata voadora.

O olhar invejoso, disfarçado de esquiva, observando atentamente a presa odiosa.

O pé pesado, amassando a folha  seca, que sofrera o golpe do vento tempestuoso.

A força bruta, do impulso produtivo, que joga no mundo o barro bem batido.

O gozo intenso, rasgando o corpo, tomando posse da vida pela morte.


Simone de Paula - 09/10/20

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