sexta-feira, 10 de abril de 2020

Aquilo, ainda

Eu quero mesmo é tirar essa palavra do dicionário. Essa que você usou de forma conclusiva.
Ela foi usada de forma técnica, sem sabor, perfume, sentido. Caiu como uma luva da sua boca. Mas não tinha volúpia o suficiente para deslizar pelo meu ouvido. Não provocou deleite, nem arrepio. 
Você viu, eu não a estranhei. Você mesmo percebeu. Usei-a mais para reforçar o espelho mágico da multiplicação do que refletir a verdade do meu pensamento. 
Te digo, te juro, vou retirar o que disse, falar pra valer, que não é bem isso que eu queria ouvir.
Prometo dizer, de boca cheia, aquilo que era mesmo para ser dito.

Simone de Paula - 10/04/2020

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