sexta-feira, 25 de março de 2022

Reformar pra não mofar

Essa frase aí do título foi escolhida para impulsionar o desapego.

A vontade de mudar, fazer, acontecer, fica fácil no campo das ideias e das virtualidades. Um movimento veloz e satisfatório que garante não abrir mão de nada. E isso traz segurança e ao mesmo tempo, frustração. Quanto mais recursos, dependendo da disposição de gastá-los, menos realizações de fato.

Tirar daqui e por ali fica fácil. 

Tirar daqui e jogar longe, sem saber onde vai cair, é possível.

Agora, escolher onde descartar, o que se tira daqui, isso parece o mais difícil.

Nessas, a umidade (interpretando livremente a Marie Kondo), a emotividade sobre as coisas vai transformando tudo num ninho esverdeado de mofo. Se proliferam, crescem, cheiram mal, afastam a satisfação de outrora. Decadência.

Por essas e outras, o desejo pelo diferente, ou o igual disfarçado e renovado, pode ser a melhor pedida para encontrar novos cestos de despejo. 

Seguimos nessa grande reforma do mundo, incessante, como no nosso pequeno reduto, nossa casa.


Simone de Paula - 25/3/22

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