sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Subjetividades

Tem sido constante me perguntarem se não gosto de cinema. Claro que sim. Justo eu!?! Me intriga aqueles novos, que hoje me acompanham, não notarem uma verdade tão declarada das minhas subjetividades. Parece que o que é meu eu não mostro, nao preciso. Será?
Tenho meus diretores preferidos, seus estilos. Eles me levam  para a sala escura.  É como um ritual, devoção, paixão. Avaliar gostei ou não, nem importa. São mestres para um gozo meu. Sabem dizer pra mim com seus filmes. 
E meus atores, meus astros, que também me fisgam não importa muito o que fazem, porque eles estão lá e isso basta.
Do cinema americano gosto de entretenimento, mas também dos independentes que ousam mostrar a cultura paralela, ou como lado B ou como o deboche do pop.
Do cinema francês, aquela eterna discussão de relações, que não existem e exigem milhares de metros de negativo pra tentar fazer juntar. 
O cinema italiano e aquele descaramento alucinado.  E o cinema português, com sua poesia, seus silêncios. E dos ingleses o humor ácido, o suspende marcado.
Os suecos, dinamarqueses, alemães. Aquela frieza e síntese capaz de nos manter por semanas presos às imagens deslumbrantes e personagens densos. 
Os orientes, nos tempos longos, na geografia exuberante e nas diferenças estéticas. São tantas e tão distintas, com marcas de culturas antigas e tradições repassadas e recortadas.
A estranheza moderna dos japoneses, com a sexualidade que não se desculpa. A fantasia chinesa e indiana, mItificando ainda mais os mitos eternos. Persas e árabes, garantindo as particularidades de cada povo apesar de reunidos pelo islã.
E a África demora tanto pra chegar...
Hoje eu não vou ao cinema, mas o carrego dentro de mim.
Hoje assistiria Closer, pra deixar o erotismo.circular. 

Simone de Paula - 20/09/2019.



Nenhum comentário:

Postar um comentário