quinta-feira, 19 de setembro de 2019

No meio do caminho

Manhã no parque, manhã de sol no parque, manhã, das raras, no parque.
Árvore convidando pra abraço, calor batendo no rosto e na nuca, suor escorre gota depois de gota.
Anda e respira, anda e respira, deixa vir vida de dia de sol de parque, vida de ter a vida.

Um homem descalço e sujo veste um cobertor grosso nos ombros. Ele passa por mim, atravessa apressado. Vai até o lixo, já eram oito horas, já devia ter ali, ali naquele lixo do parque, de um dia ensolarado no parque, um café da manhã de lixo do parque.

Um café da manhã de um homem de um parque de um lixo, lixo. Atenção, lixo!

Está nos faltando tanto alimento. Tanto.

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