Vocês já notaram uma criança na beira do mar?
Ela vive a euforia de estar tomada pela água e a frustração em saber que somente os pés estão submersos. O resto do corpo só recebe respingos. Mas ela finge mesmo assim. Foi alertada sobre o perigo de ir além dos limites extremos dos joelhos. Obedece, mas quer desafiar essa determinação, indo além da borda divisora entre a areia e a espuma das ondas. Disfarça que invade o lado de lá, ultrapassa a altura permitida. Tudo na brincadeira, como se não soubesse o que está fazendo. E a cada passo que avança, um novo alerta é proferido. A diversão se encerra com a frase decepcionante que anuncia 'a hora de ir embora' e com ela todas as tentativas de tornar a proteção da casa tão atraente e satisfatória, quanto a liberdade refrescante e arrepiante da praia. Sequência de reclamações e tentativa de negociação, ou chantagem, derrubando todo o prazer conquistado naqueles minutos incontáveis do banho de mar.
A gente cresce e pode escolher quando entra e quando sai, quanto afunda e quanto levita. E nessa hora, volta a ser criança novamente.
Adoro o mar. E a lua está em Peixes.
Simone de Paula
Nenhum comentário:
Postar um comentário