Já fui queijo, provocando o desejo dos ratos, se protegendo pelas garras da ratoeira.
Já fui rato, que flerta com o queijo, medindo o risco que corre quando cede à tentação.
Já fui gato, que caça ratos pelo prazer de dominar e aniquilar. E ainda ganha de brinde a atenção do dono, que recebe um presente que indica o jogo duplo entre ser domado e não se deixar aprisionar.
Já fui dono de gato, aflito por não ter posse total do meu bicho e curioso sobre o que tem o rato de tão especial que chama a atenção do gato.
Me fartei de queijo, tentando entender a natureza do rato e aliviar a minha impotência sobre meu próprio gato.
Pouco importa quem mexeu no meu queijo, porque afinal, a roda gira e na busca de respostas sobre a impossibilidade de alienar um gato, volto a ser queijo, mirando o rato.
Simone de Paula - 05/9/17
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