"Meu labirinto é simples."
Essa foi a resposta que dei hoje cedo, depois de ter desenhado um labirinto em que sereias brincavam.
Desenhei com traços e cores infantis, elementos simples, uma espécie de playground dos seres submarinos e imaginários. Foi uma forma de ilustrar um nome.
Mas, meu censor particular, veio com a frase crítica cheia de autoridade: "esse labirinto tá muito fácil, elas passam livremente, porque ele está muito aberto. Labirinto tem que ser difícil."
Será?
Não, cada um com seu labirinto. O meu é pra brincar, mais para se esconder do que achar a saída.
Adoro a ideia de labirinto, desde o mito grego de Dédalos e o Minotauro, com Ariadne e Teseu, quanto jardins, desenhos e até jogos de videogame. É lúdico, divertido, brincadeira de esconde-esconde.
São figuras arquetípicas, simbólicas, representações de aspectos internos instigantes. Criações literárias fazendo aparecer condições humanas. Universais na forma e particulares no conteúdo.
A saída está logo ali, mas estar perdida, rodando pelas vielas, é sempre uma forma de encontrar espaços inesperados e surpresas assustadoras ou apaixonantes.
A vida é labirinto.
Simone de Paula - 12/5/2022